segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

AS PARTES, "NEM UMA NEM OUTRA" QUE SE DANEM! - POR LUIZ SAUL


As partes (nem uma nem outra) parecem não querer entender o óbvio que no dia 24 de janeiro ocorrerá apenas o julgamento de um criminoso comum de crimes comuns.
Enquanto cada lado se apega a trivialidades supostamente ideológicas, mas que, no fundo, estão ambos a serviço de organizações ou de lideranças suspeitosas que em momento futuro estarão coligadas por conveniências de ocasião em desrespeito às lutas das suas bases, o país, que é o que deveria interessar, segue despencando sob o olhar da sociedade, desviado para focar na vida de espantalhos desdenhosos.
Atualmente, uma mirada meramente superficial desvenda ao observador um país externamente mal avaliado como pagador, e internamente incapaz de, por falta de bússola, de produzir uma rota para sair do labirinto criado pela insensatez e o desregramento dos seus homens e mulheres.
Personalizado na figura de um mandatário cuja missão de auto salvação focou o próprio umbigo, o país perdeu um ano assistindo batalhas para o seu livramento enquanto o cofre se esvaziava no balcão de negócios. Nesse vazio estabeleceu-se o falso debate para convencer a população da desnecessidade das reformas estruturais que a cada dia se mostram indispensáveis.
Foi e está sendo assim que, a partir de uma situação particularmente privilegiada de alguns, continua sendo vendido à parcela menos informada da sociedade o conceito de que a reforma previdenciária retiraria conquistas sociais e trabalhistas, quando, na verdade, a tal reforma tem o dom de garantir a continuidade dos benefícios da aposentadoria em tempos futuros especialmente para as classes menos assistidas não participantes do mundo do funcionalismo público.
Ainda assim, apesar da inevitabilidade de adoção das mudanças em questão tem sido bom e proveitoso manter o país dividido com as atenções desviadas ora para Curitiba, ora para Porto Alegre. Tão bom que, com tantos pré candidatos à Presidência da República, todos eles, além de não aludirem a qualquer programa de governo, preferem não falar das ditas reformas para não perderem votos.
Mas, qualquer um que se sentar naquela cadeira, saberá que a medida será inadiável para não afundar mais o país na direção da Grécia recente.
Depois do dia 24 de janeiro, com ou sem condenação do Lula, com baderna ou sem baderna, e com a movimentação do estranho movimento criado pelo PT com o risível nome de “Comitê Popular em Defesa da Democracia e do Lula Ser Candidato”, é possível que o país siga dividido pelos mesmos formadores de opinião de um lado e do outro, escondendo os seus patrões das ameaças iminentes, ao tempo em que questões efetivamente cruciais ficarão ao largo por medo das urnas.
A grande esperança nossa, na condição de povo sofrido e espoliado, seria a renovação dos quadros políticos. Mas, não vai acontecer, uma vez que os futuros candidatos serão basicamente os mesmos que estão em mandato, com algumas exceções, inclusive para a Presidência da República, que, não havendo uma efetiva novidade, o ungido será retirado das atuais escabrosas e desqualificadas fileiras.
Que se danem!



Por: Luiz Saul Pereira
        BRASÍLIA - DF

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