CONTERRÂNEOS TRIUNFENSES COM DESTAQUE NA HISTÓRIA DO CARIRI CEARENSE - POR PATTRICK CARVALHO .

Tal qual a nossa Triunfo/PE, é considerada “Oásis do Sertão”, o Cariri cearense, ora representado pela conurbação CRAJUBAR (Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha),também pode ser considerado um oásis no coração seco do sertão nordestino.

Um presente da Chapada do Araripe, o Cariri é uma considerável faixa de terreno sertanejo com fontes que nunca secam.

Há 15 anos nesta região tão acolhedora quanto o nosso “rincão predileto”, vejo no cotidiano o quão são estreitas as relações entre esses meus “lares”. Considero o Cariri meu lar, pois sou grato a este terral que de braços abertos me acolheu e me permite subsistir.

Da mesma forma que do fundo do meu coração canto orgulhoso: “Nova Roma de bravos guerreiros, Pernambuco, imortal! Imortal!”; também cantarolo que: “Sou a nata do lixo, sou do luxo da aldeia, sou do Ceará!”.

Pois bem!

Na cidade do Crato/CE, uma das principais praças públicas homenageia um triunfense ilustre: Manoel de Siqueira Campos, salvo engano, primo do prefeito Carolino Arruda Campos, ambos construtores do majestoso Cine Theatro Guarany, se não me falha a memória de uma aula de história ministrada pela querida professora “Tia Fátima” (Fátima

Bezerra), irmã do cantor Geneci, quando eu ainda frequentava os bancos da 2ª série da Escola de Aplicação Stella Maris.

O Sr. Manoel de Siqueira Campos, estabeleceu comércio no Crato e era um homem sensível à necessidade alheia e ajudava desinteressadamente a todos que o procuravam. Distribuía gêneros alimentícios aos pobres nos tempos de calamidades e, a suas custas, mandou efetuar vários serviços de utilidade pública no Crato, apenas para gerar

empregos e minimizar a fome dos necessitados.

Dentre essas obras, o povo da “Princesa do Cariri” agradece ao calçamento da atual Rua Dr. João Pessoa, que naquele tempo ainda se chamava simplesmente Rua do Commercio. Essa rua também era conhecida como “Rua Grande”. Será mera coincidência com a nomenclatura de nossa avenida principal?

Siqueira Campos foi a primeira pessoa, no Crato/CE, a possuir um automóvel

Já em Juazeiro do Norte/CE, há um Teatro chamado “Marquise Branca”. Na minha ignorância, pensava que o nome referia-se a fachada, que era rosa com detalhes brancos.

Ledo engano!

Hoje estava em uma barbearia em Juazeiro do Norte/CE, e enquanto esperava para ser atendido, folheava uma conceituada revista de circulação local fui surpreendido pela seguinte informação: O Teatro Marquise Branca tinha esse nome em homenagem a uma atriz

Atriz? Como assim? Me surpreendi!

“Nascida em 06 de dezembro de 1910, em Triunfo, Pernambuco, Albertina Brasileiro (Marquise Branca), filha de Henrique e Olegária Brasileiro, traria ao Brasil grandes contribuições na área artística e, para a cidade de Juazeiro do Norte, grandes referenciais”

Sua família chegou na terra do “Meu Padim” por volta de 1915, e manteve uma pensão no centro da cidade, entre as Ruas do Cruzeiro e Padre Cícero, onde hoje está situada as Lojas Americanas.

Conhecida como a “Vedette do Juazeiro”, em 1927, passou a integrar a Companhia de Teatro Conceição Ferreira, tendo excursionado por toda a América do Sul.

Na Rádio Tamandaré, do Recife, galgou espaço entre as grandes e reconhecidas atrizes do rádio.

Faleceu no Rio de Janeiro/RJ

Assim, apresento aos meus conterrâneos essa digníssima personagem da história do Cariri cearense, que como eu, teve a felicidade de nascer em Triunfo/PE!

Juazeiro do Norte/CE, 28 de novembro de 2017.

Pattrick Carvalho

Advogado – OAB/CE 20.725