quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

CASTIGO DE UM REGIME DE RECESSÃO , QUE FOI NEGADO - POR LUIZ SAUL



O movimento paredista aparentemente espontâneo iniciado pelos caminhoneiros constitui um perigoso estopim de deflagração social que termina por trazer a Petrobrás para o centro da questão. Como se sabe, por muito tempo a artificialidade praticada pela conveniência irresponsável dos governos recentes nos preços dos combustíveis minou cada alicerce da petroleira, notadamente pelo desrespeito às mais comezinhas normas do comércio, em que comprava por um preço para revender por outro bem mais baixo. 

A recente inversão da filosofia desconsiderou a queda abissal dos preços internacionais do barril de petróleo, obrigando a empresa a comprar na baixa e vender por preços especialmente elevados. Daí, o imbróglio. 

Deixando correr frouxo, o governo parece desperceber que, com o esfacelamento da modesta rede ferroviária e a quase inexistência de transportes fluviais, o país é movido a pneus. Resulta que a majoração dos preços dos combustíveis na contramão internacional sem uma correspondente atualização dos preços dos fretes inviabilizará a frota do modal rodoviário. Releva notar que não são apenas os combustíveis que sensibilizam essa frota. Conta ainda a depreciação galopante determinada pela deficiência das estradas, assim como a retroalimentação inflacionária sobre os componentes dos caminhões. 

A área de inteligência do governo parece não notar também que cada quilômetro rodado das cargas sensibiliza particularmente o preço de cada item transportado, de forma a influenciar determinantemente o ritmo da inflação. 

Apesar disso, a negligência governamental prefere ingressar em Juízo para determinar a desobstrução das estradas, ao revés de buscar soluções alternativas em condições de compatibilizar os interesses que não são apenas dos transportadores, mas de toda a sociedade. Na mesma linha de insensibilidade, a área de estratégia do Planalto descuida-se de um singelo exercício mental para perceber o perigoso estopim que se encontra aceso e em condições de conflagrar as relações internas do país.

Embora se reconheça a necessidade de recapitalizar a Petrobrás, não parece justo que a medida deva crucificar ainda mais a sociedade que afinal é também vítima dos desmandos desse governo que aí está. 

Já haveria de nos bastar o castigo de um regime de recessão com tendência duradoura e de uma inflação redutora do atendimento de algumas muitas necessidades de consumo, além da aproximação do desemprego.




 Por: Luiz Saul Pereira

3 comentários:

  1. O prejuízo já é de R$ 5 bilhões referente ao escândalo apurado pela Operação Lava Jato. E viva o PT!!!1

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  2. Marcone Batista de Lima26 de fevereiro de 2015 às 12:56

    A Câmara dos Deputados decidiu aumentar os gastos com deputados em R$ R$ 146, 5 milhões, levando em conta apenas a inflação, é reajuste e segundo eles não produzem despesas extras para a Casa Legislativa. Dentro os benefícios anunciados está a possibilidade de as mulheres dos deputados viajarem às custas daquele Poder bancado pelo povo. É preciso uma conscentização do povo e reação imediata. Por que não reajustam os aposentados, e funcionários assalariados

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