No ar, o medo, o cinismo e a pusilanimidade para presidirem grande parte
das novas relações parlamentares e interpartidárias da Esplanada, sob o
tenso e especialmente nervoso olhar do Palácio.
Quando se deram as prisões de petistas históricos de, digamos primeira estirpe, do tipo Dirceu, Delúbio, Vaccari, Genoíno, João Paulo e outros, o partido levantou bandeira de cruzada clamando contra o que considerou injustiça, perseguição política e inveja contra seus afiliados.
Apesar da robusteza das provas transitadas nos julgamentos de cada um, continuou pregando a inocência dos mesmos, com a cegueira daquela mãe superamorosa que se recusa a aceitar os defeitos de um filho marginal. Por isso, não faltaram pronunciamentos dos dirigentes do partido e do Lula demonizando os julgadores dos “mártires”.
Estranhamente (ou apenas dando curso à incongruência característica), o partido recebeu a notícia do crime do Delcídio com quatro pedras na mão. Embora correta e calibrada para ser estendida a todos os filiados, a reação revela a covardia do pulo pra fora.
Em nota oficial, o presidente Rui Falcão apressou-se em afirmar que o PT não deve solidariedade ao Delcídio, ainda que o sujeito estivesse investido como Líder do Governo no Senado, o que não é pouca coisa. É certo que a carreira de senador do indigitado já não resiste a um sopro. Por isso, o silêncio pusilânime de assistir o mandato do filiado indo para o cadafalso da Comissão de Ética e do STF, sem sequer acender uma vela de desagravo.
Bom, é importante, no entanto, a compreensão da ressurreição daquele antigo efeito Orlloff – eu sou você amanhã! – que, nas condições atuais da corrupção brasileira pode alcançar qualquer qualquer de qualquer qualquer. Que se molhem as barbas.
Não passa despercebido que esse tipo de político é especialista em provocar o corporativismo dos órgãos que pretende atacar. Primeiro, foram os ministros do TCU que se uniram em retaliação; agora foram os ministros do STF, que começaram a responder à difamação com rolos de arame farpado.
Por esse motivo, acho que vai sobrar muita carapuça, especialmente se o Delcídio passarinhar.
Por: Luiz Saul Pereira
Jornalista
Que vergonha seu Delcídio, milhões para um advogado, cinquenta mil para o coitado do Nestor, por mês. Como disse no depoimento, estou com compaixão do coitadinho , está passando por tamanha humilhação. Você morando em hotel de luxo em Brasília, como tantos outros senadores, se é que devo dar esse tratamento.A culpa condena! Vai ter de dizer de onde tirou tanto dinheiro. O pior é que ninguém controla essa roubalheira que está aí. Outro dia escrevi numa matéria, vem coisa por aí.Tá igual a um prefeito na Bahia, inaugurava uma obra e dizia: mês que vem tem mais. Brasil ame-o ou deixe-o!!
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