ENTÃO, VEJAMOS:
Desde a última sessão da chamada Comissão de Ética da Câmara dos Deputados, quando se configurou a iminência e certamente irrefreável cassação do Don Eduardo Cunha, os ratos da aliança com aquele capo di tutti cape entraram em frenesi de desembarque, mas já com visão proativa para a associação com o novo EL PADRINO que certamente surgirá no melhor conceito da mitológica Hydra.
Aliás, em parêntesis, chamar aquilo de Comissão de Ética e Decoro representa o mesmo que santificar Hitler. Ali, teve de tudo um muito, desde pesados insultos parlamentares mutuamente trocados – daqueles que em muitos lugares termina em morte por legítima defesa da honra –, passando pelos arroubos do tipo “me segura senão eu brigo”, até a emersão repentina de uma desconhecida deputada que, se arrogando em solução de problemas que a incapacidade dos homens não resolveu, passou um pito nos mancebos e chamou para si o preconceito de cor quando afirmou que “nessa nega ninguém manda”. Bobagens e baixarias de braços dados com vileza.
Bom, voltando ao tema, é importante compreender as entranhas do afastamento do Cunha. A ambição olho-gordalhona de todas as facções estará focada não apenas na sucessão da presidência da Câmara, e nem sequer necessariamente na vice-presidência do Brasil, mas sim, na Presidência da República, uma vez que remanesce a possibilidade de o Temer ser também afastado, provocando uma eleição indireta para Presidente, dependendo da época. O jogo é bem mais alto do que nós, da base da pirâmide bucha de canhão, percebemos.
Como aqui nada é simples, não há de se imaginar que uma raposa inspirada na filosofia celerada dos tempos dos piratas ingleses, dos rasputins russos, dos maquiavéis franceses, dos robertosjeferson de hoje, e que tais, como parece ser o Cunha, transitasse pela delinquência desta pobre república brasileira sem construir o seu fortim de autoproteção, ou o seu cofre de chantagem para os tempos bicudos, como os de agora.
Nessas condições, é bastante possível que os pelos da situação e da oposição de agora se encontrem eriçados de pânico ante as possibilidades de o Eduardo Cunha, uma vez politicamente perdido, e estando com a bela família também no fogo do inferno curitibano, negocie (tanto ele quanto a esposa) uma delação premiada assemelhada ao fim de Pompéia, ao incêndio de Roma ou ao conjunto Hiroshima/Nagasaki.
Como se vê, somos um país nas mãos de marginais políticos, e não sabemos qual será o nosso futuro, até porque ainda há espaço para a negociação das almas de cada um dos envolvidos.
E ainda seria simples se estivéssemos retidos apenas nestes problemas do Eduardo. Mas, não é isso, como se depreende da delação premiada do ex-presidente daquela subsidiária Transpetro, da Petrobrás. Desestimulando qualquer possibilidade de milagre futuro com vista à indulgência aos homens daqui o tal do Sérgio Machado detonou praticamente toda a cúpula, anterior e atual, da República, nominando, com ou sem prova, cada um dos muitos detentores ou responsáveis pela governança e pela governabilidade do país, como a demonstrar que o nosso impasse difere pouco daquele da Venezuela.
Se eu fosse adepto do baixo calão, gritaria: Bando de fii de rapariga!!! Mas, não sou adepto disso.
Por: Luiz Saul Pereira
Brasília - DF
O Luiz Saul enxerga perto e longe e, sabe traduzir os fatos para nos da ampla base piramidal.
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