A festa da Padroeira do Brasil já foi celebrada em diversas datas: dia da Imaculada Conceição (08/12); 5º domingo após a Páscoa; 1º domingo de maio (mês de Maria); 7 de setembro (Dia da Pátria).
Mas a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em sua assembleia geral de 1953, determinou que a festa fosse celebrada, definitivamente, no dia 12 de outubro de cada ano.
Essa data foi escolhida por haver associação com a data do Descobrimento da América, o que não tem tido a necessária explicação, por coincidir também com o Dia da Criança, que recebe atenção maior.
Por ocasião da visita do Papa João Paulo II ao Brasil, o então Presidente da República, General João Batista Figueiredo, promulgou a Lei n. 6.802, de 30 de junho de 1980, “declarando feriado federal o dia 12 de outubro para o culto p
úblico e oficial a Nossa Senhora Aparecida”, conforme consta no Diário Oficial da União de 1º de julho de 1980.
Com relação ao aspecto religioso, a Festa de Nossa Senhora Aparecida tem o objetivo de reviver o início dessa devoção em outubro de 1717, com o aparecimento da Imagem no Rio Paraíba do Sul. (Colaborou: Centro de Documentação e Memória).
A imagem de Nossa Senhora Aparecida foi encontrada por dois pescadores do Rio Paraíba do Sul, na região de Guaratinguetá, estado de São Paulo, por volta do ano de 1717. Os pescadores Domingos Martins Garcia, João Alves e Filipe Pedroso já pescavam há bastante tempo, sem que conseguissem tirar peixe algum das águas do rio. Foi quando João trouxe em sua rede a parte correspondente ao corpo da imagem e, depois, lançando a rede um pouco mais distante, trouxe nela a cabeça da Senhora. Dali por diante, a pescaria tornou-se copiosa e, receosos de que a quantidade de peixe trazida para os barcos ocasionasse um naufrágio, os três amigos voltaram para casa, trazendo a imagem e contando a todos o prodígio que haviam vivido.
À imagem, que representa Nossa Senhora da Conceição, logo foi dado o nome de Aparecida, por ter aparecido do meio das águas nas mãos dos pescadores. Negra, diferentemente de todas as imagens aqui existentes naquele período ainda de colonização, provocou uma imediata identificação com o povo, já mestiço desde então.
O culto à Senhora não tardou a tomar corpo e consistência, ganhando o apoio da Igreja. Inicialmente instalada em uma capela na vila dos pescadores, ganhou, por volta do ano de 1745, sua primeira igreja oficial, em torno da qual viria a nascer o povoado e o santuário de Aparecida do Norte. A igreja primeira, contudo, permanece lá, e ao visitá-la, tendo diante de si a grandiosidade da Basílica, pode-se ter em conta a abrangência dessa devoção tão particular do povo brasileiro.
A consagração de Nossa Senhora Aparecida como padroeira do Brasil ocorreu em 31 de maio de 1931, em uma celebração que reuniu, já naquela época, um milhão de pessoas. Os padres redentoristas, responsáveis pelo Santuário Nacional de Aparecida, foram os grandes animadores da construção da Basílica que hoje abriga a imagem da Senhora. O projeto grandioso teve início em 1955, com a concretagem da nave norte. Construído em forma de cruz, possui capacidade para abrigar 45.000 pessoas e uma infraestrutura especial para o atendimento de romeiros que procuram o lugar durante todo o ano para prestar culto à Padroeira. No dia 04 de julho de 1980, o papa João Paulo II, em missa celebrada no Santuário, consagrou a Basílica, que recebeu o título de Basílica Menor.
Durante todo o ano acorrem ao Santuário romarias organizadas por grupos religiosos. Algumas, porém, são bastante inusitadas e merecem destaque. No terceiro domingo de maio, ocorre a Moto-romaria, onde motociclistas do Brasil, e de outros países da América Latina, se reúnem no local. No 3º sábado de junho, celebra-se o Dia Nacional do Migrante. E, em 7 de setembro, desde 1995, realiza-se o Grito dos Excluídos, que coincide com a Romaria dos Trabalhadores. Em 2004 foi celebrado o Centenário da Coroação de Nossa Senhora Aparecida.
Quem conhece o Santuário ou quem o visita regularmente, sabe da especialidade daquele local. Ali, acorrem fiéis de todo o Brasil. Muitos traduzem seu sentimento na forma da bela canção de Renato Teixeira: “como não sei rezar, só queria mostrar meu olhar”. O olhar do povo cansado e sofrido, a certeza do consolo e da mediação que só a Mãe de Deus pode dar, povoa aquele local de tanta manifestação de carinho e fé. Ali, temos a sensação de comunhão, onde todas as dores se tornam diante do coração amoroso da Senhora - Aparecida das águas de um rio brasileiro, padroeira de seu povo, protetora dos oprimidos, consolo dos que sofrem.
Fonte: Amaivos.com
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