Por Brena Vila Nova
Discreta. Expressão séria, quase ríspida. O sorriso curto, quase como um traço. Nada de entrevistas antes ou depois do show. O canto é a sua melodia. E uma túnica vermelha com uma espécie de manta amarela dá o tom do show da cantora gaúcha Adriana Calcanhotto, e sua orquestra, o músico David Moraes - (Ela brincou). Alguns sussurram que ela rejeita apresentações. Chegam até dizer que simpatia não é muito seu forte, mas quando sobe ao palco, cumpre com aquilo que veio fazer. O show começa com a capela da canção "Chanson", de Arnaut Daniel. O canto parece mais teatral, rústico e típico de contos de fadas. Cumprimenta a platéia com - Boa noite, Caruaru! E enfim prossegue com o repertório do show Trobar Nova. Mistura antigos sucessos com canções do novo CD Micróbio do Samba, que ela afirma não ser um CD de samba, mas influenciado pelo ritmo tipicamente carnavalesco.
Com a casa cheia, Adriana Calcanhotto interpreta o som e o silêncio. Invade a poesia de Caetano Veloso, e alguém na platéia grita: Salve Caetano! Em resposta, Adriana reforça: Salve Caetano! - Não se ouve mais sua fala após essa indagação. O músico David Moraes tem o mesmo tamanho da discrição e timidez de Calcanhotto. Concentrado em seu instrumento, sequer olha pra platéia. Tem olhos fixos no violão. E quando toca o samba, libera a elegância e sonoridade da poética inovadora de Calcanhotto. Os dois parecem dois pontos de luz. Dois trovadores quietos e calmos com o que fazem. Os versos soam como crônicas, desafios da vida e do amor. A pergunta que compõe um dos versos inquieta o ouvinte mais atento: "Eu canto para quem?"
Quando sugere a canção gravada também por Maria Bethânia, "Tua", assume uma declaração de amor. O tempo da palavra muda. A melodia não termina como estamos acostumados a perceber. É notória a espera do lugar comum, mas Calcanhotto transcende o ponto de chegada e de partida. Ela está ali porque a canção é sua. Essa é a única relação que importa. Por isso, talvez, ela admita o título de impostora. Quando gritam com fervor – Magnífica! – Ela sorri encabulada. Acredita ser um exagero. Sua expressão relata seu modo de dizer e mesmo de não dizer nada. A equação do espetáculo é simples e funciona bem. Ali está sob o palco: a trovadora – Adriana Calcanhotto e o trovador David Moraes. E o violão, é claro.
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Brena Vila Nova
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Queria estar aí nessa noite. Imagino delírio total!
ResponderExcluirQue, beleza amor.Deve ter sido incrível, principalmente por ela.Linda!
ResponderExcluirUma tristeza a gestão desse prefeito. Deixa qualquer povo aperriado. Ruas esburacadas, problemas de chuva, planos que não saem do papel, lixo acumulado nos bairros , no centro e outras coisas mais. E o prefeito se preocupando com seu destino político!
ResponderExcluirAmo Adriana. Ela é linda!
ResponderExcluirAh, não... Queria estar presente prá ver o ex-Sangalo com minha gatinha manhosa.Adriana, Ducan, Ana, Zizi, Gadhú são minhas paixões.
ResponderExcluirFui com turma de Agrestina, seu aparecimento incial foi delírio do público. Laís
ResponderExcluirQue espetáculo da cantora e compositora Adriana Calcanhoto em Caruaru. Com seu vozeirão característico e uma presença de palco contagiante, Adriana cantou e encantou todos os espectadores, como já era de se esperar. A cantora que é homossexual assumida, realizou o show no fim da semana seguinte ao anúncio que o Supremo Tribunal Federal passou a reconhecer legalmente as relações homoafetivas.Muitas pessoas foram ao evento comemorar a decisão e a cantora acabou promovendo mais um espetáculo, o da convivencia harmoniosa entre casais homossexuais, heterossexuais, solteiros e solteira, em um mesmo ambiente. Cláudio Nunes - Caruaru-PE
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