segunda-feira, 16 de julho de 2012

O BEM AMADO, JORGE

Para comemorar o centenário do romancista Jorge Amado, a Rede Globo lançou a nova versão de Gabriela, novela de grande sucesso de audiência em 1975


O escritor Jorge Amado

Tieta, Dona Flor, Gabriela e Teresa Batista são algumas das personagens do universo feminino de Jorge Amado, que se imortalizaram nos romances do escritor e nas adaptações dos seus livros em novelas e filmes. Essas mulheres, criadas pelo escritor baiano, tinham traços marcantes como a sensualidade e personalidade forte, além de um comportamento bem ousado em relação ao perfil da maioria das mulheres do contexto social das narrativas.

Jorge Amado criou personagens, como Tieta e Gabriela, que retratam a cultura brasileira.

Sônia Braga (Gabriela, 1975)

Juliana Paes (Gabriela, 2012)

Betty Faria (Tieta, 1989)

Consagrado no Brasil e no exterior, o escritor conseguiu, como nenhum outro, retratar de forma peculiar a cultura brasileira, mostrando em seus livros toda a riqueza da miscigenação do nosso povo. A sua obra inclui pérolas como "Mar Morto", um retrato mágico da vida arriscada dos pescadores do litoral nordestino e da magia que o mar exerce no controle da vida e no descontrole da morte; ou "Cacau" que descreve sem estilo ou estética a vida dos assalariados do cacau, dominados pelos coronéis, mas impulsionados por íntima convicção pela melhoria de suas condições de vida, ou ainda "Tenda dos Milagres" que revela o mundo mágico dos cultos afro-brasileiros.

Seus livros "Tieta do Agreste", "Dona Flor e Seus Dois Maridos", "Gabriela, Cravo e Canela", "Teresa Batista Cansada de Guerra", "Capitães de Areia", entre outros, foram recordes de venda após terem sido adaptados para a televisão, cinema e teatro. Os protagonistas dessas histórias conquistaram extraordinária empatia popular.

Nascido em 1912, no município de Itabuna, no Sul da Bahia, era filho do fazendeiro de cacau João Amado de Faria e de Eulália Leal Amado. Com um ano de idade, foi para Ilhéus, onde passou a infância. Já em Salvador, fez os estudos secundários. Neste período, começou a trabalhar em jornais e a participar da vida literária local, sendo um dos fundadores da Academia dos Rebeldes. Publicou seu primeiro romance, "O País do Carnaval", em 1931. Casou-se em 1933, com Matilde Garcia Rosa, com quem teve uma filha, Lila. Nesse ano, publicou seu segundo romance "Cacau".

Formou-se em Direito, mas nunca exerceu a advocacia. Militante comunista, foi obrigado a exilar-se na Argentina e no Uruguai entre 1941 e 1942, período em que fez longa viagem pela América Latina. Ao voltar, em 1944, separou-se de Matilde Garcia Rosa. Em 1945, foi eleito membro da Assembleia Nacional Constituinte, na legenda do Partido Comunista Brasileiro (PCB), tendo sido o deputado federal mais votado do Estado de São Paulo. Jorge Amado foi o autor da lei (que continua em vigor até hoje) que assegura o direito à liberdade de culto religioso. Nesse mesmo ano, casou-se com Zélia Gattai.

Em 1947, o PCB foi declarado ilegal e seus membros perseguidos e presos. Teve que se exilar com a família na França, onde ficou até 1950. Ao retornar ao Brasil em 1955, dedicou-se inteiramente à literatura. Em 1961, ingressou na Academia Brasileira de Letras.

Suas obras foram traduzidas para 49 idiomas. Seus últimos livros foram "Tocaia Grande" (1984), "O Sumiço da Santa" (1988) e "A Descoberta da América pelos Turcos" (1994). Sua obra recebeu diversos prêmios nacionais e internacionais. Foi agraciado como Doutor Honoris Causa em dez universidades: no Brasil, Itália, França, Portugal e Israel. O título de Doutor pela Sorbonne, na França, foi o último que recebeu pessoalmente, em 1998, em sua última viagem a Paris, quando já estava muito doente.

Ele morreu em Salvador, no dia 6 de agosto de 2001. Seu corpo foi cremado e suas cinzas enterradas no jardim de sua residência, no dia em que ele completaria 89 anos.

Fonte: Caderno Gente/DN

5 comentários:

  1. Pense numa novela boa essa Gabriela. Não perco por nada aquela gente toda apresentando os costumes da Bahia passada.

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  2. O que seria da história política brasileira desde o tempo relembrado pela novela Gabriela Cravo e Canela, se não fossem as ex-mulheres, ex-amantes, ex-empregada,os irmãos, ex motoristas, os caseiros, as ex-secretarias, os ex-tesoureiros? Nada seria descoberto....

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  3. Ainda bem que passou o Dia do Homem", quase despercebido para não aparecer mulher vizinha, amiga e desconhecida querendo comemorar esse produto de luxo em falta no mercado.O meu bem amado ainda bem estava em casa...AMARRADO em nome de Jesus...xô satanás

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    1. Tem homem que pode mulherzinha! Vê se garante....

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