Todo mundo sabe que o Brasil apresenta uma diversidade cultural como poucos países por aí. E, em suas festas, não poderia ser diferente. Cada região tem uma peculiaridade nos festejos juninos. Mas é no Nordeste onde se encontram as festas mais tradicionais, que atraem a cada ano milhares de turistas e ajudam a movimentar as economias das cidades com espetáculos de dança, música e comidas típicas.
Só no Rio Grande do Norte, o historiador e folclorista Severino Vicente, da Fundação José Augusto, de Natal (RN), estima que devam ser realizadas 444 festas juninas. Ele acredita que, no Nordeste inteiro, aconteçam cerca de 6 mil festejos espalhados, inclusive, em vilarejos. "Aqui há uma febre de arraial", brinca, segundo o coordenador do ciclo junino da cidade, Luiz Cleodon Valença.
Em meio a tantas celebrações, duas grandes festas se destacam: a de Caruaru (PE) e a de Campina Grande (PB). Nessa época do ano, pensa-se grande nessas duas cidades. Elas chegam a duplicar o número de habitantes com a chegada dos visitantes. As quadrilhas chegam a ter 100 pessoas, artistas como Elba Ramalho e Alceu Valença fazem shows para milhares de turistas e as barraquinhas de comidas típicas trabalham com agilidade para atender à grande demanda.
Mas tanta exuberância, algumas vezes, atrai críticas. Para Severino Vicente, as festas tornaram-se "massificadas". "Elas transformam ícones tradicionais da cultura nordestina em eventos enormes, que descaracterizam a espontaneidade da comemoração", afirma.
Nas outras regiões
Foi a influência maranhense que fez com que os arraiais de Todos os Santos nortistas reverenciassem o Bumba Meu Boi, homenageado no Festival Folclórico de Parintins (AM), no último fim de semana de junho. Há também o Boi-Tinga, uma variação do boi-bumbá, que só ocorre no Pará.
O ritmo sertanejo predomina nos estados do Centro-Oeste, segundo o professor de História Jaime de Almeida, da Universidade de Brasília (UnB). "São festas com rodeios, peões, e que acontecem principalmente em julho e agosto, época das feiras agropecuárias", complementa.
No Sudeste, predominam as festas em igrejas, escolas e quermesses de rua. Em geral, elas reproduzem as influências da época. O funk, o axé ou o sertanejo, por exemplo, podem substituir as músicas típicas em alguns lugares. A maioria, porém, conserva a tradição caipira e aposta num arraial tradicional.
Os traços da imigração europeia foram transferidos para os festejos no Sul. Lá, dança-se o fandango, uma dança de duplas com movimentos vigorosos, que surgiu na Espanha e Portugal desde o período barroco. E é claro que, mesmo em junho, o churrasco e o chimarrão não poderiam ficar de fora! Eles continuam com lugar de destaque na preferência culinária durante as festas. Seja em que ritmo for, animação é o que não falta nessas celebrações!
Fonte: https://www.portalvital.com/
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Caro leitor, seja educado em seu comentário. O Blog Opinião reserva-se o direito de não publicar comentários de conteúdo difamatório e ofensivo, como também os que contenham palavras de baixo calão. Solicitamos a gentileza de colocarem o nome e sobrenome mesmo quando escolherem a opção anônimo. Pedimos respeito pela opinião alheia, mesmo que não concordemos com tudo que se diz.
Agradecemos a sua participação!