segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

ALERTA DAS RUAS ESTÁ POSTO, AGORA É PAGAR PRA VÊ - POR LUIZ SAUL





Pois bem, o alerta das ruas está posto.
Ao contrário dos depredadores mascarados da manifestação anterior, o movimento do domingo (4/12) ocorreu pacificamente apesar dos traços de sangue nos olhos de muitos na defesa da Operação Lava Jato e contrários à desconstrução das 10 Medidas Contra a Corrupção. 

Suprapartidária, a turba exigiu as cabeças de Renan Calheiros e Rodrigo Maia em maior escala, e do Temer, em menor escala, pelo menos por enquanto. Esse grito de participação andava um tanto esquecido pela sociedade, sendo revigorado pela percepção da clara desconexão entre suas aspirações e a pusilanimidade dos chamados representantes. 

Depois do fato consumado representado pela ausência de escrúpulo da Câmara, e depois também do açodamento do Renan Calheiros para votar de tropel o assunto, acenderam-se os sinais vermelhos dos demais senadores, os quais, por segurança pessoal e cautela política, repudiaram a proposta do regime de urgência que se combinava ardilosamente com o voto da madrugada. Após o recado explícito das ruas os senadores cairão ainda mais na defesa das biografias e das aspirações futuras. 

Estarão certamente avaliando os gestos, inclusive a Nota divulgada hoje pelo Senado afirmando sintomaticamente ser “permeável e sensível às demandas sociais”, sem perderem de vista, porém, que o colega alagoano não sinalizou recuo nem alterou a agenda da discussão da Lei do Abuso do Poder. Por isso, já se movimentam para as opções de rejeitar ou de emendar a proposta pelo menos para derrubar a implausível interpretação de crime por interpretação das leis pelo Judiciário e pelo Ministério Público. Assim, dependendo de suas conclusões, o Renan viverá a tormenta do isolamento, abandonado ao próprio desatino.
 
Houvesse juízo e precaução, os senadores rejeitariam in totum a proposta da Câmara, mediante o arquivamento sem retorno à Casa de origem, e, incontinenti, colocariam em banho maria a proposta do seu presidente até que a fervura abaixasse, ou que o documento fosse avaliado com sobriedade e equidade para ser levado à votação. 

Embora todos concordem que os cânones de avaliação do abuso do poder, no Brasil, estão caducos e requerem atualização, a questão está no contexto dos envolvimentos pessoais de agora, em que parece sugerido que tudo gira em torno ou por causa das operações judiciais de Curitiba. É como se a construção da história do país estivesse reduzida à atual quadra. Ora, isso é uma fase ínfima que se perderá no tempo, deixando a pedagogia e as instruções para futuros enfrentamentos da espécie. 

Nessa coisa toda têm medos para todos os gostos, a começar pelo Michel Rousseff, o flácido. Reza aos deuses e aos ancestrais libaneses para que o processo do Abuso morra no Senado. Do contrário, terá que escolher o lado que, qualquer que seja, o sepultará. Ainda assim, continuará rezando para que o Renan não caia, pelo menos antes da sanção da PEC do Teto dos Gastos. 

Já o medo do Rodrigo Maia consiste na iminência de ser censurado pelo DEM, seu partido, em face de suas traquinagens com a delinquência parlamentar visando cacifar sua reeleição para presidente, a qual dificilmente vingará, apesar de estarmos no país da libertinagem e do xaveco. 

Já os demais políticos, deputados e senadores prestes a serem denunciados, sabem que perderam o bonde da história, inclusive com o envolvimento dos colegas acaso isentos de outras culpas que não o corporativismo. Sabem que não lhes restam outros cartuchos senão enfrentar a realidade da Lei e do possível expurgo.

Os poucos que restam inocentes na Esplanada já vinham professando a autopreservação pela própria e rara condição de não envolvimento nas patifarias institucionalizadas. Agora, com a reação popular, e a quedas das máscaras dos “dirigentes” tornar-se-ão parceiros da Lava Jato desde o útero. 
Pagar pra ver.



Por: Luiz Saul Pereira
        Brasília - DF

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