Ainda bem que o Paraguai é o Paraguai, né?
Não tem esse negócio de extradição, de soberania do território nacional, nem essas burocracias internacionais.
Os vizinhos abrigaram o ex-médico e criminoso foragido Roger Abdelmassih enquanto puderam, não se sabe a troco do quê. Não vale o esfarrapamento da desculpa de que não sabiam da existência daquele ricaço estrangeiro na pequena e provinciana Assunção, ainda que, por resultado do tráfico e do contrabando, seja comum o registro de milionários nas terras do Ipacaray.
Apesar do noticiário sobre versões rocambolescas da fuga desse criminoso para os mais diversos países, parece que a sua trilha esteve apenas entre o interior de São Paulo e o acumpliciamento do país vizinho. Em raciocínio livre, posso pensar que o seu dinheiro pode ter começado a escassear a ponto de transformar o “hóspede” em um incômodo.
Por isso que, de repente, sem burocracia, sem entraves diplomáticos, o caras pegaram o Roger em plena luz do dia, no meio da rua, no centro comercial da cidade, e, ao invés de trancafiá-lo, ao invés de esperar advogados, ao invés de fazer estardalhaço prestigioso na imprensa, ao invés de comunicar a prisão à Interpol, simplesmente despejaram-no na fronteira Ciudad Del Leste/Foz do Iguaçu.
Dirão alguns que se tratou de colaboração e gesto de boa vontade instantâneo para o adequado castigo do facínora por crimes tão imperdoáveis, embora antes tenham protegido um Joseph Mengele da vida e outros nazistas foragidos da Alemanha que transitaram especialmente entre Brasil, Argentina e Paraguai.
Mas, ao fim e ao cabo, que bom que o Paraguai é o Paraguai.
Se o renomado médico tivesse conseguido fugir para outros País que não fosse da América do Sul, teria talvez mais dificuldade de ser encontrado, no Paraguai é tudo esculhambado.
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